segunda-feira, maio 15, 2006

LENGALENGAS

Está a chover e a nevar,
E a raposa no lagar
A fazer as camisinhas
P`ra amanhã se casar.


Está a chover e a nevar,
E a raposa no quintal
A apanhar laranjas
Para o dia de Natal.

Arre burro para Azeitão
carregado de feijão
para o senhor capitão.
O senhor capitão não está,
está a bordo dum navio
dá-lhe o vento dá-lhe o frio,
corropio pio pio
corropio pio pio!

A bola é redonda
Em cima duma pomba
A pomba é branca
Em cima duma tranca
A tranca é de pau
Berim-bin-bau.

Era uma vez,
um gato sapato,
bigodes de palha,
cabeça de rato.

Peru velho
quer casar
mas menina bonita
não há-de encontrar!
Glu, glu, glu...

Que eco há aqui?
Que eco é?
É o eco que há cá!
O quê? Há eco aqui?
Há cá eco, há.

Réu-réu
Vai para o céu
Buscar o meu chapéu
Se for novo
Trá-lo cá
Se for velho
Deixa-o lá

Lagarto pintado
quem te pintou?
Foi uma velha
que por aqui passou.
No tempo da eira
fazia poeira,
puxa lagarto
por aquela orelha!

Pico, pico, saranico,
quem te deu tamanho bico?
Foi o filho do Luís,
que está preso pelo nariz.

Salta a pulga da balança,
dá um berro até à França.

Os cavalos a correr,
as meninas a aprender, ´
qual será a mais bonita
que se irá esconder?

Cá-que-rá-cá
Põe-te na pá
faz um bolinho
Para o Joãozinho
Que anda na arada
Sem comer nada
senão rabinho
De uma sardinha
Que lhe deu
Sua madrinha.

Caracol, caracolinho
sai de dentro do moinho
mostra a ponta do focinho.
Sape gato lambareiro,
tira a mão do açucareiro.
Tira a mão, tira o pé,
do açúcar, do café.

Sola, sapato
Rei, rainha
Vão ao mar
Buscar sardinha
Para o filho do juiz
Que está preso pelo nariz
À porta do chafariz

domingo, maio 14, 2006

PRIMAVERA

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

HASTA LÁ VISTA

ATALHOS


Costuma-se dizer que quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos,pois aqui esta uma prova que é verdade,o pescador que por acaso sou eu,
tentou atravessar um braço do rio que não conhecia e de repente ficou quase sem pé.
Acho que foi castigo pois eu tentava chegar primeiro que os meus cunhados e o meu tio aos pesqueiros
Mais um abre olhos.
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